terça-feira, 7 de junho de 2011

Ronaldo relembra sua história no Dia da Liberdade de Imprensa


Hoje foi um dia muito agitado com muitas notícias, porém eu não posso esquecer de registrar aqui para os amigos leitores a minha satisfação de estar comemorando mais um 7 de junho, DATA COMEMORATIVA A LIBERDADE DE IMPRENSA.

Esse fato é comemorado em várias países, todavia com mais força e volúpia no Brasil por causa das agruras e torturas que a imprensa passou, principalmente os profissionais que atuavam na mídia de 1964 a 1980, que eram chamados de subversisos pelos militares. Palavra que eu ouvi muito na minha vida de estudante, principalmente quando eu tinha 10 anos, ao lado do colega Iran, ao ouvir as palestras dadas pelo saudoso protético Josué, debaixo de uma árvore no quintal da casa dele.

Tudo era escondido porque tinhamos medo de alguma represália. Nunca é demais lembrar que o DOPS prendeu Flores e Wilmar Peres que estavam iniciando a carreira polítca naquele tempo. 


O terror de uma ditadura que massacrou nosso povo naquela época está sendo debulhado pela novela AMOR E REVOLUÇÃO do SBT, certamente alguns coronéis e delegados do DOPS devem estar se contorcendo de raiva em ver a novela mostrando o outro lado cruel da ditadura.

Quando eu vejo uma daqueles capítulos, lembro-me do Josué com aquela barba, os dedos machucados pelo serviço e os livrinhos que ele dava prá gente lê. Ele defendia a luta armada para o povo voltar ao comando do país e diminuir os privilégios dos burgueses. Josué sonhava em ver o proletariado no comando. E isso aconteceu.

O meu amigo protético morreu no começo do governo Lula, certamente se despediu orgulhoso pelo fato de ver o seu país governado pela primeira vez por um operário e hoje sob comando de uma guerrilheira. 


Dentro dessa linha, quero agradecer a Deus por estar aqui, aos 40 anos, com 25 anos de profissão. Agradeço a paciência, a compreensão e o amor de minha família comigo e aos amigos e conhecidos que sempre dão força para eu continuar a minha jornada. Minha vida sempre foi pautada na comunicação.

Aos sete anos de idade, eu já sonhava em ser radialista. Aproveitava uma vitrolinha do meu tio Francisco para tocar alguns discos e brincador de locutor musical. Por várias vezes dormi ao lado do rádio ouvindo as grandes emissoras do país curtindo Eli Correa, Gil Gomes, Paulo Barbosa, Osmar Santos, Edson Mauro entre outros. 


Foi desta paixão que surgiu Ronaldo Couto inicialmente comunicador e agora repórter. Quando eu parei de fazer programa musical, pensei que iria perder mais do que ganhar. Porém foi ao contrário, hoje eu me sinto mais útil ao meu povo. Inclusive tive o prazer de ser vereador desta cidade em 2004.

Foi a minha maior experiência de vida. Perdi a eleição em 2008 talvez pela falta de experiência, mas tudo bem. Me sinto orgulhoso de ter sido vereador e quem sabe algum eu volte a ser novamente. 


A minha origem sempre foi no meio do povo. Quando eu digo isso não é para me envaidecer, isso é fato concreto. Ronaldo Couto quando criança brincou no córrego Monjolo antes de ser poluído; no córrego Lajedo antes de ser loteado; na Serra Azul e pelas ruas da cidade a maioria sem asfalto.

Aos 13 anos, participei da volta do movimento estudantil na década de 80 com o grupo Viração e Coração de Estudante e revitalizamos, após a Ditadura Militar, a União Municipalista dos Estudantes Secundaristas (UMES) em Barra do Garças e Associação Matogrossense dos Estudantes Secundaristas (AME) em Mato Grosso. No mesmo barco, ajudei a fundar o Grêmio Estudantil no Gaspar Dutra onde fui dirigente. 


Essa militância estudantil me levou para o rádio quando eu tinha 15 anos. Gente foi incrível para mim, um menino pobre que já trabalhei como engraxate, vendedor de salgado, picolé e lavador de banheiro, me tornar radialista aos 15 anos. Eu agradeço ao PAPAI DO CÉU, a figuras como Pedro Porto, Angelo, Irineu do Diário e João Bosco por aquele momento. Formei-me em Letras pela UFMT em 1998 e hoje milito também na imprensa escrita e estou fazendo o meu segundo curso superior de Jornalismo na mesma UFMT. 


Meu trabalho é mostrar as injustiças que o povo tem sofrido e ajudar os menos favorecidos que são excluídos. Eu nunca me canso do trabalho social. É uma maneira de retribuir o carinho que o povo tem pelo nosso trabalho. Vou continuar nesse caminho e para tanto... VIVA A LIBERDADE DE IMPRENSA. 


Superimportante para tudo isso que está acontecendo em nosso país e em nossa cidade onde lutamos para acabar com o coronelismo político (ditadura) que humilha o nosso povo há tanto tempo. Que o diga a Band, a tv onde eu trabalho. Nunca é demais lembrar que a Band foi fechada em 2009, teve o seu transmissor arrancado da torre administradada prefeitura e que estranhamente impediu que a Band voltasse para mesma torre.

Os equipamentos da Band foram danificados com o tira e sobe para serra, mas mesmo com todas as perseguições, a Band reconquistou na Justiça o direito de voltar para o ar e hoje se tornou o veículo de comunicação mais respeitado e admirado pelo povo. 


Que a Band continue nos dando muitas alegrias. E que outros Ronaldos surjam em Barra do Garças. E que os coronéis políticos se aposentem de vez, acabando a corrupção e devolvendo a cidade ao povo. 


Parabéns a todos da imprensa, eu entendo. Se vocês pudessem, colegas, certamente, vocês também ajudariam a construir uma Barra sempre coronelismo. 












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